Andar sobre cordas já era realidade em 260 b.C. Na Ásia, por exemplo, cordas de fibras naturais bem esticadas eram usadas para atravessar desfiladeiros. A atividade eventualmente migrou para os circos, onde era realizada em cabos de aço tensionados. Nos picadeiros ganhou o mundo, ficando por muitos anos restrita aos acrobatas e artistas do showbizz.
O esporte slacklining é primo da atividade circense, mas tem muitas diferenças da original. O cabo utilizado é feito de material sintético (nylon), tem formato achatado (e não redondo), e não fica totalmente tensionado. Ou seja, cria uma ‘folga’ de balanço na fita – o tal do ‘slack’ – deixando a travessia bem mais dinâmica. Por isso mesmo, exige do praticante técnicas específicas para se manter em cima dela, desafia diferentes grupos musculares e exige grande força física e mental. Não surpreende, então, saber que teve origem entre montanhistas do Yosemite Valley na Califórnia, no início dos 80, acostumados à vida em grandes alturas.
Atualmente o slacklining ou flatlining engloba diversas modalidades:
• Longlining, uma das mais difíceis porque a corda atravessa grandes distâncias e, portanto, fica mais instável.
• Highlining, uma das mais arriscadas pois é realizada a grandes alturas: vales, prédios, precipícios, etc.
• Tricklining, na qual o praticante realiza uma variedade de posições e movimentos difíceis, como giros e pulos mortais de costas.
• Waterlining, realizada sobre um corpo de água (lago, mar, rio), também favorece saltos e outros movimentos performáticos.
• Yoga lining, um tipo avançado de slacklining onde o praticante realiza ásanas e outras poses de yoga, com movimentos demorados e respiração controlada.
• Urbanlining, o slacklining realizado em centros urbanos, em alturas variáveis, preso às superfícies disponíveis (árvores, postes, etc.)
• Freestyle lining, bem diferente dos outros, o cabo não tem nenhuma tensão exceto aquela causada pelo peso da pessoa, ou seja, a fita balança mais que tudo!
• Windlining, highline praticado em áreas de vento intenso, onde o praticante fica se equilibrando sobre a fita com o corpo jogado contra o vento.
Benefícios do slacklining
Estudos recentes sugerem que além dos benefícios físicos, a prática desse esporte traz benefícios cognitivos e melhora a dinâmica de propriocepção (ou cinestesia) – definida como sendo qualquer informação postural, posicional, encaminhada ao sistema nervoso central pelos receptores encontrados em músculos, tendões, ligamentos, articulações ou pele. Em outras palavras, é a consciência dos movimentos produzidos pelos nossos membros. O estudo comprovou também que depois de apenas duas horas de treino no slackline, a capacidade memorial dos participantes do estudo aumentou em 50%.
Origem/História da Palavra
Slack, adj. (do inglês ‘não tensionado, solto, frouxo’) + Line, subs. (do inglês ‘linha, corda, fita, cabo) + _ing (sufixo que expressa a ação do verbo ao qual está relacionado, neste caso andar sobre uma fita não tensionada).
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